De futebol eu conheço apenas o suficiente, por isso é difícil opinar tecnicamente sobre a escolha do novo técnico da Seleção Brasileira. Mas de comunicação eu entendo. E neste quesito eu posso dizer que Mano Menezes é um verdadeiro mestre. Pode ser que isso tenha a ver com a sua filha jornalista, que pelo que parece é consultora de comunicação (ou mentora) do professor.
Diferente do seu antecessor no cargo de maior importância do país, Mano Menezes sabe lidar com a imprensa. Melhor, sabe utiliza-la ao seu favor, e não o contrário, como fazia Dunga e como Muricy Ramalho, o preferido de muitos comentaristas esportivos e a primeira opção da CBF, costuma fazer às vezes.
A verdade é que Mano deu sempre os passos certos na hora certa em se tratando de projeção midiática. Iniciou Carreira no Rio Grande do Sul. Ainda jogador de um time que eu não me lembro o nome, mas acho que não era profissional, já é possível ver a desenvoltura e polidez do boleiro. No Youtube é possível achar este áudio, foi uma entrevista a uma rádio local logo a pós a conquista de um título. Ali já se percebe a liderança e a escolha das palavras para se comunicar.
Seu trabalho vencedor fez o Grêmio apostar nele como o técnico que seria responsável pela volta do time à série A. Ele o fez. E de forma épica, em jogo emocionante, que ficou conhecido como “A batalha dos aflitos”. Se aproveitou muito bem disso. Deu entrevistas, foi fonte e personagem acessível e simpática. Ganhou a imprensa esportiva gaúcha. O que não é fácil.
De saída do time gaúcho, Mano recebe duas propostas. Uma do Cruzeiro, que disputaria uma Libertadores da América com um time fortíssimo e reais chances de vencer. A outra era do Corinthians, clube recém rebaixado para a série B, com um elenco medíocre de jogadores, torcida em fúria e imprensa espetaculosa o seguindo. Uma verdadeira panela de pressão.
A escolha óbvia não ocorreu. Mano optou pelo time que conta com 35 milhões de torcedores fanáticos no Brasil e é assunto diário obrigatório em 99% dos veículos de imprensa. Na época disse que levar o Corinthians de volta à primeira divisão era o “maior projeto do futebol mundial naquele momento”. Pronto. Já havia ganhado a simpatia do povo corintiano, que adora ser afagado desta forma.
Ele sabia que a repercussão do fato da ressurreição do Corinthians seria assustadoramente grande. E foi. No ano seguinte montou um time quase imbatível, se aproveitou do momento em que passou a ser apontado como um dos mais competentes do Brasil. Esteve no lugar certo. Mas não por sorte e sim por suas escolhas. Ele sempre soube que um trabalho bom no Corinthians teria uma repercussão imensamente maior do que um trabalho ótimo em um outro clube qualquer.
Em seguida entrou no Twitter. Um verdadeiro sucesso. O utiliza para falar com a torcida, com a imprensa. Para esclarecer fatos. Logo se tornou a pessoa com mais seguidores no Brasil. Mantém um site com notícias, fotos, biografia etc. Importante dizer que muitos outros boleiros também se utilizam desses meios, mas nenhum ainda com eficiência maior do que o professor Mano Menezes (talvez com a ajuda de sua filha Camila).
Educado e calmo, sabe colocar a palavra certa na hora certa. Não se exalta, não xinga e não foge das respostas. É objetivo e conciso. Não fica respondendo críticas ao esmo. Dá explicações à torcida. Sabe que a imprensa é um meio para se comunicar com o seu povo. Sabe que não pode viver em guerra com ela. Sua simpatia e serenidade criou um clima ameno, que há muito não se via no Parque São Jorge.
Durante a Copa do Mundo, manteve um blog em um portal de alcance nacional, no qual comentava os jogos. Escrevendo de maneira fácil e inteligível, ganhou milhares de simpatizantes. Não esmiuçou esquemas táticos, filosofias etc. Foi prático. Falou com povo. Expôs as suas opiniões e visões, que estavam incrivelmente alinhadas com às do povão. Coincidência? Acho que não. Mano é um verdadeiro mestre no ato de se comunicar.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
domingo, 18 de julho de 2010
O tempo
É necessário passar por algumas coisas para realmente entender os sinais que a vida nos dá.
A primeira coisa que devia ter percebido antes é que o mundo gira, gira, gira e acaba parando sempre no mesmo lugar. É tão claro. Aí quando passo a enxergar isso, chego a pensar que é bom. Mas não é. Ao invés de aceitar isso como algo inexorável, que é o costume, não conseguimos ver que podemos ter o controle e faze-lo parar onde a gente realmente quer, se é que sabemos o que realmente queremos.
Não é como a roleta viciada de um cassino qualquer, em que a bolinha está programada para cair sempre no mesmo número. Não é tão difícil perceber que cobiçar o primeiro prêmio e não ganhar faz parte da vida. Aí, se tempos depois, o mundo gira, gira, gira e o tal primeiro prêmio cai na tua mão não significa que está com sorte. Pelo contrário. Este não é mais o primeiro prêmio.
Não é questão de sorte, mas de posicionamento. Saber o que se quer. Não se trata de esperar para ver onde a bolinha vai parar. Mas sim de deixar de ser a bolinha e se tornar a roleta. Deixar de ser passageiro da vida para realmente pilota-la. O mundo não irá parar de girar, girar, girar para voltar ao mesmo lugar, é o vício dele. É a brincadeira que ele faz conosco. Mas poderemos dar uma empurradinha para ele parar um pouquinho mais adiante, se assim for a nossa vontade.
A primeira coisa que devia ter percebido antes é que o mundo gira, gira, gira e acaba parando sempre no mesmo lugar. É tão claro. Aí quando passo a enxergar isso, chego a pensar que é bom. Mas não é. Ao invés de aceitar isso como algo inexorável, que é o costume, não conseguimos ver que podemos ter o controle e faze-lo parar onde a gente realmente quer, se é que sabemos o que realmente queremos.
Não é como a roleta viciada de um cassino qualquer, em que a bolinha está programada para cair sempre no mesmo número. Não é tão difícil perceber que cobiçar o primeiro prêmio e não ganhar faz parte da vida. Aí, se tempos depois, o mundo gira, gira, gira e o tal primeiro prêmio cai na tua mão não significa que está com sorte. Pelo contrário. Este não é mais o primeiro prêmio.
Não é questão de sorte, mas de posicionamento. Saber o que se quer. Não se trata de esperar para ver onde a bolinha vai parar. Mas sim de deixar de ser a bolinha e se tornar a roleta. Deixar de ser passageiro da vida para realmente pilota-la. O mundo não irá parar de girar, girar, girar para voltar ao mesmo lugar, é o vício dele. É a brincadeira que ele faz conosco. Mas poderemos dar uma empurradinha para ele parar um pouquinho mais adiante, se assim for a nossa vontade.
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