2010 foi para mim uma verdadeira montanha russa. Com altos e baixos (muito baixos mesmo) como nunca antes havia acontecido comigo. Primeiro vou falar das coisas ruins. Comecei o ano em um emprego em que estava muito insatisfeito. Fazia, e estou certo disso, um excelente trabalho, e o que me deixava insatisfeito era, além de não ter o reconhecimento mínimo, não era isso que realmente importava naquela empresa. Apenas um bom trabalho, por mais inovador e vencedor que seja, não era suficiente se você não fizesse média, participasse de intrigas e seguisse uma cartilha que agradasse e ao mesmo tempo não ameaçasse as pessoas chave do lugar.
Isso me deixava cada vez mais maluco e deprimido. Chegava às 7 horas da manhã e ia embora lá pelas 20. Fazia tudo que eu podia para mim e para ajudar quem eu sabia que trabalharia contra mim se eu não o fizesse. Escutei muitas coisas quieto. Discuti outras tantas e tentei expor, de maneira elucidativa, mas irritada (um erro), a minha forma de pensar. Mas parecia que os resultados que eu alcançava, que eram realmente sensacionais, pouco importavam. Cheguei até a escutar que meu filho passaria fome. Sim amigos, escutei isso. Fiquei quieto, sentado, pensado o que eu faria da vida, pois a partir daquele momento aquele lugar não servia mais para mim.
E de pensar que meses antes eu havia recebido uma boa proposta do maior concorrente e não fui em respeito a pessoa que me disse isso. Não preciso nem dizer o que aconteceu com a minha cabeça a partir daí. Não consegui mais trabalhar. Os resultados começaram a diminuir e eu ficava cada vez mais irritado. Claro, fui demitido.
Não poderia ter acontecido coisa melhor na minha vida. Aí vem a parte boa, que eu conto no final. Agora vou contarr outro ponto baixo de 2010.
No final de 2009 tomei uma decisão que continuou tendo consequências sérias em 2010. É o tipo de coisa que vai ter consequência para o resto da minha vida, mas não tão graves e injustas como foram as de 2010. Tive a certeza de que o melhor para mim (sim fui egoísta) seria a separação. Ao mesmo tempo tive a certeza de que para que o Arthur fosse prejudicado o mínimo possível, aquele seria o melhor momento. E acredito que foi mesmo.
Primeiro vieram as ameaças e o terrorismo. A negativa de um acordo pela pensão e visitas pelo prazer de ir à justiça. Aí tive que contratar um advogado. O acordo veio e foi homologado. Mesmo eu achando que foi bom para todo mundo, não valeu tamanho desgaste. Minha família chegou a ficar mais de um mês sem ver o Arthur, recebi ligações, e-mails, mensagens ameaças, ameaças e ameaças. Mas o denominador comum foi bom para todos.
Pensão e visitas resolvidas veio outro acordo. Este sem justiça e sem contrato. De boca. Eu venderia o apartamento, já que não estava mais valendo a pena ter todos aqueles gastos, devolveria o que não era meu e uma quantia em dinheiro (que não foi determinada por mim, apenas aceita).
Fui então fazer a minha parte. Feito, comuniquei o fato e as devidas providências que tomaria a seguir. Mas para a minha surpresa tudo havia mudado. A venda não era mais aceita e a quantia antes determinada não valia mais. A justiça foi acionada de forma arbitrária e eu passei como mentiroso, golpista, aproveitador e ladrão. Por pouco não fui preso e se não fizesse diversas concessões pagaria indenizações exorbitantes e honorários de advogados, além de correr o risco de ir parar na cadeia.
Por fim, tive a paz (embora há quem diga que eu a tenha comprado com 80% do valor do apartamento que paguei 95% sozinho). Mas é paz não é? Isso que realmente importa. Termino 2010 bem mais pobre do que quando comecei. Mas é a vida.
Agora as coisas boas né?
Sete dias depois de ser demitido começava em um novo emprego. Ou melhor, um velho novo emprego. Voltava ao Grupo Folha Dirigida sete anos depois de ter começado nesta mesma empresa como estagiário. Desta vez para um outro desafio, agora no Turismo, e o melhor de tudo: com a confiança de quem me contratou.
Eu saia de um lugar em que tinha um cargo de chefia e uma mesa grande para voltar a ser repórter, em uma mesa com metade do tamanho. Mas eu tinha sobretudo confiança. E um salário, embora muito parecido com o que eu tinha lá, muito mais vantajoso, que também conta muito. Em resumo. Não poderia estar mais feliz profissionalmente. Fazendo matérias que realmente me deixam feliz e sendo reconhecido por todos os envolvidos. Não bastasse tudo isso, recebi sondagens para sair daqui. Para não cair em tentação, e em respeito aos que confiaram em mim no momento que eu mais precisava, não quis nem que evoluísse para uma proposta.
Conheci pessoas incríveis neste ano, estive em lugares sensacionais. Experimentei novamente, mas de forma positiva, a solidão. Lidei com ela e soube fazer disso tudo um motivo para viver a vida com mais leveza (que coisa gay né? - mas foi a melhor palavra que veio na minha cabeça) e confiança.
Por fim, acho que mesmo sem entender muito, o Arthur tem percebido o meu esforço para ser um bom pai e para estar presente na vida dele. Uma coisa resume tudo. Fui buscá-lo na noite de Natal e quando ele me viu, apontou para mim e deu um grito, um grito bem alto, que me emocionou. Ele disse: Paaai!!!!
Que venha 2011 e que ao invés de uma montanha russa, seja uma ladeira!!!
Eu não imaginava que tivesse passado por essas coisas, principalmente a separação.
ResponderExcluirPercebi que vc estava feliz ao voltar à Folha Dirigida. E foi bem legal o período do seu reinício e a parte final da minha jornada por lá.
Em 2010, você estabeleceu uma relação próxima ao seu filho e encontrou felicidade no emprego. Essas são coisas fundamentais, ao meu ver.
Boa sorte em 2011. Tem tudo para se dar bem!
Aeeeeeeeeeeeeeee!!
ResponderExcluirEu sou uma dessas pessoas incríveis que eu sei! Confessa o ano de 2010 foi muito mais legal depois que eu passei a fazer parte da sua vida (nossa que profundo isso)... HAHAHAHAHA mais engraçada eu tenho certeza!!! E mais preta e branca o que é mais legal ainda =)
bjks Carol