segunda-feira, 11 de julho de 2011

Uma noite

Em meio a dias turbulentos, vendavais, tormentas e momentos para esquecer, uma noite para ficar para sempre na memória e no coração. Foi só uma noite, mas que terá a minha lembraça por todos os dias. Uma bela lembrança...

sábado, 11 de junho de 2011

Dia dos Namorados?

Toda vez que o Dia dos Namorados se aproxima vejo ao meu redor uma porção de gente se lamentando em passar a data sozinho, ou sozinha. Na verdade isso fica mais aflorado nesta época, mas é uma coisa constante. A maioria das pessoas condiciona a sua felicidade e o seu bem estar ao fato de estar ao lado de alguém. Isso é colocar na conta de outro a responsabilidade pela sua felicidade. Na minha opinião algo injusto e um tanto míope.

Há tempos adotei um pensamento de que eu sou o único responsável por tudo que acontece comigo. Não acho que "o inferno são os outros". Também aprendi a ser um pouco egoísta, o que não foi fácil, pois passei boa parte da minha vida apenas querendo agradar e fazer bem aos outros. Esqueci de mim em muitas ocasiões. Isso ocorre ainda, mas em um volume muito menor do que antes.

Aprendi que se eu não estiver bem comigo eu não consigo fazer bem pra ninguém e ao mesmo tempo, mesmo que o outro queira, ele não me fará bem. Colocar tanta expectativa em algo que não se tem controle pode ser muito perigoso. O fato é que se você está bem resolvido com o que quer e com o que sente, nenhum fator "externo" terá o poder de tirar sua felicidade.

O que eu acho é que passar a vida tentando achar alguém que te faça feliz é desperdiçar tempo. Pois enquanto acharmos que a felicidade está condicionada a outra pessoa, não vamos achar ninguém. Não digo que não se deve ter ninguém. Mas sim alguém com que se possa compartilhar coisas e passar bons momentos. Mas para viver isso é necessário, na minha opinião, estar bem com você mesmo.

Passamos a vida toda procurando por alguém que nos faça feliz, mas a verdade é que tudo o que procuramos está em nós mesmos. Enquanto não encontrarmos isso dentro de nós mesmos, não podemos procurar em outra pessoa.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

7 de abril

Ontem, 7 de abril, foi o Dia do Jornalista. A profissão que eu escolhi para viver, mas que me consome dia após dia. Ser jornalista é viver a profissão 24 horas por dia, assim como outros profissionais nobres, como médicos, por exemplo. Não há opção de desligamento. Não existe horário. Muitas vezes nem salário digno. Ser jornalista é sobretudo ser um apaixonado. Não pela profissão. O jornalista de verdade adora dizer que odeia ser jornalista. Mas pergunte se ele vive sem? É uma relação intensa de amor e ódio. Para mim ser jornalista é viver.

Por que escolhi esta profissão? A resposta é fácil. Tomei esta decisão entre 1993 e 1996, mais ou menos. Tinha 12 anos, mas ela era já naquela época, faltando tanto tempo para a escolha definitiva, irrevogável. Vou contar como foi o processo.

Eu ia para a escola todos os dias de ônibus. Estudava de manhã e tanto o ponto como a condução eram cheios. Chegava por volta das 6h20 para esperar a linha 3771 - Metrô Carrão/Jardim Imperador (confesso que não sei se existe mais). Enquanto ele não vinha, o que me distraia era ler as manchetes dos jornais na banca vizinha ao ponto.

Eu tinha o meu preferido. Lia todas as manhchetes, absolutamente todas. Ficava torcendo para o ônibus não chegar antes de eu terminar. Qual era esse jornal? O inesquecível Notícias Populares. Aqueles títulos eram demais. E antes que os preconceituosos venham dizer: "torce e sai sangue", tenho que dizer que quem acha isso não entendeu a proposta dele. Ali era jornalismo feito para o povo. Se falava de economia, de problemas da cidade e, claro, de violência também. Era sensacionalista? Talvez. Mas era popular.

Me lembro até hoje de vários. Em um deles, na matéria sobre o aumento de um imposto, não lembro qual agora, era assim: "Governo tira do dele e põe no do trabalhador". Não vou lembrar de cor de muitos daquela época. Tem uns mais recentes. Quando o Brasil perdeu para a França em 1998: "Penta que partiu". E aquela, já da fase decadente do jornal, mas não menos sensacional, no dia seguinte após o apagão em 1999. A página toda preta escrito: Puff.

Ali, todos os dias durante esses três anos lendo essas manchetes eu decidi que era aquilo que eu queria fazer. Eu queria bolar aqueles títulos. Na minha cabeça aquilo deveria ser um trabalho sensacional. Eu sabia que não era fácil, precisava de muita criatividade, mas estava decidido. Desde então já sabia que seria jornalista. Infelizmente o Notícias Populares morreu antes de eu me formar. Mas mesmo assim sou feliz onde eu trabalho hoje. E graças a este sensacional jornal!

domingo, 27 de março de 2011

Por que não tentar entender?

No dia 2 fevereiro aconteceu mais uma vez. Após outro vexame o Corinthians estava fora Libertadores da América. Fato que se repete todas as vezes em que o Timão disputa o torneio. O que veio depois também faz parte da rotina. Protestos, depedração do patrimônio do clube, carros de jogadores quebrados e boleiros medrosos achando melhor ir jogar bola longe do Parque São Jorge.

O que eu vou dizer agora é polêmico e sei que muita gente não concordará. Sou contra qualquer tipo de violência. Por isso não acho que exista justificativa para o que foi feito. Mas devo dizer que entendo perfeitamente as motivações de quem fez isso. E o que eu estou dizendo nao é contraditório. Vou tentar explicar.

O Corinthians, na grande maioria dos casos é única forma que muitos de nós corinthianos temos para nos sentirmos importantes. É a maneira que essas pessoas encontram para fazer parte de alguma coisa grande. A expressiva maioria é pobre, excluída. São moradores da periferia e que trabalham em sub empregos. Mas são, sobretudo, orgulhosos de serem corinthianos. E não, eles não se sentem apenas torcedores do Corinthians, eles se sentem parte dele. Em muitos casos isso é tudo que eles têm.

Ou seja, na vitória eles (confesso que eu também) acreditam que têm participação nisso. O simples fato de pagar por um ingresso e ir cantar no estádio faz com que eles se sintam parte integrante do clube. Da mesma forma, em uma derrota como esta, eles sabem que fizeram a parte deles, mas como os jogadores não fizeram, na cabeça deles, devem ser punidos. Eles se sentem desrespeitados, zombados, usados. Vejam bem, não estou defedendo a violência, estou tentando explicar.

Se o cidadão que ganha milhões e entra em campo com o manto sagrado entender isso, sinceramente não espero que aconteça, é bem capaz que não vejamos mais este tipo de manifestação. Enquanto isso, temos que entender que isso é Corinthians. Não há como separar o povo dele e ele seguirá sendo a coisa mais importante da vida de muitas pessoas.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Eu e o Carnaval

Nasci três dias antes do início do Carnaval de 1982. Ou seja, devo ter dado minhas primeiras olhadas no mundo bem no meio da folia. Porém, nunca gostei desta festa. Pelo contrário. Cresci abominando tudo que estivesse relacionado à tal Folia do Momo. Primeiro porque eu era radical, não gostava de samba* e para mim, tudo ali era sinônimo de samba. Depois porque me parecia tudo bem confuso, já que o que eu via na TV eram aqueles desfiles enfadonhos, chatíssimos com carros surreais e histórias malucas, além de é claro de mulheres nuas sem nenhuma razão lógica.

*(Na verdade descobri que não é bem de samba que eu não gosto é de pseudos sambas que fazem uma caricatura bem torta da nossa cultura)

Pois bem, assim passaram-se 29 anos. Neste meio tempo tenho histórias bem ruins de Carnaval para contar. Programas de índio com direito a trânsito e bexigas d'água (?) em Praia Grande, bailes tradicionais de São Paulo com direito a gastar mais dinheiro do que eu tinha, dias em casa mofando até chegar a quarta-feira de cinzas, assistir os desfiles no sambódromo (com um par de ingressos ganho, pois não pagaria por isso). Enfim, nenhum deles me deixou realmente feliz.

Me lembro de um bem engraçado. Eu devia ter 19 anos e estava no auge da minha rebeldia, tinha cabelos compridos e usava roupas pretas e camisas de flanela xadrez. Na ocasião resolvi que iria aproveitar o feriado de Carnaval em algum lugar, qualquer lugar, que tocasse rock. Lá fui eu, peguei o carro, comprei um garrafão de cinco litros de vinho e saí angariando voluntários que quisessem se aventurar comigo. No final consegui três! Bom, não estaria sozinho naquela empreitada!

Fomos ao primeiro ao endereço que mais costumávamos frequentar. Ao chegar um aviso bem grande na porta dizendo que não abririam no Carnaval. Então fomos a um outro que não visitávamos há tempos, mas que também sempre recebia bandas boas...chegando lá tudo fechado. Não tinha nem aviso. Afinal, era obvio de que nada estaria aberto naquele dia, só eu não sabia disso. Então um dos meus amigos teve uma ideia de um lugar que era beeem longe dali. E lá fomos nós.

Importante lembrar que o tal garrafão de vinho estava sendo paulatinamente esvaziado por nós.

Chegando ao tal local estava fechado, claro. Aceitamos mais uma brilhante ideia e fomos novamente atravessar a cidade atrás de uma folia rock and roll. Claro que esta última opção também estava de portas fechadas. Mas antes de chegar lá é claro que eu me perdi. E muito. Se até hoje me perco em São Paulo, imagina naquela época? Enfim. Quando vimos já era umas 2h30 da manhã, estávamos bem longe de casa e já sem vinho. Voltamos pra casa para dormir e esquecer de vez essa estúpida ideia de curtir o Carnaval.

Pois bem. Disse tudo isso para afirmar que enfim, 29 anos depois, eu consegui me divertir muito em um Carnaval! E tem mais. Eu estava trabalhando. Há tempos eu já pensava em conhecer o Carnaval de Recife ou o de Ouro Preto, que me pareciam ser festas de rua, feitas pelo povo, sem a segregação dos abadás ou o mundo irreal e a competição das escolas de Samba.

Fui escalado para cobrir o Carnaval da agora querida Recife. Já tinha visitado a cidade duas vezes. Sempre a trabalho, mas mesmo assim conheci muito pouco. Desta vez seriam seis dias e muita folia prevista. A recepção não poderia ter sido melhor (agradeço a Rachel e Alessandra por todo carinho e cuidado que tiveram com o grupo). A companhia dos colegas de outros veículos que estiveram lá também foi muito agradável. O grupo foi bem entrosado e tranquilo, o que ajudou muito.

O fato é o seguinte: o Carnaval de Recife resgata a verdadeira razão de ser desta festa. O povo na rua, fantasiado e feliz. Quando eu digo povo, eu digo todo mundo mesmo. Para se ter uma ideia, o Galo da Madrugada reúne 1,5 milhão pessoas e a cidade tem 1,7 milhão de habitantes. As fantasias são uma atração à parte, a criatividade dos foliões é demais, uma atração a parte.

Isso sem contar que a cultura local é muito valorizada. Nada de importar mega-sucessos (não ouvi uma vez sequer o tal do Tchubirabirom, graças a Deus). O que se ouve nas ruas e nos shows também é frevo, muito frevo! Aliás, passei a gostar disso. Até hoje não paro de cantarolar alguns, como Recife Voltei (a parte que eu mais gosto é aquela que diz: tomar umas e outras e cair no paço) e aquela melodia do Hino do Vassourinhas, que é o equivalente a uma injeção coletiva de adrenalina, pois quando toca todo mundo sai dançando, gritando e pulando. Uma coisa maluca.

Claro, eu estava trabalhando. Toda essa admiração estará na matéria que acabou de ser escrita e sai na próxima edição do Mercado & Eventos, jornal que eu trabalho e que é voltado para profissionais de turismo. Mas confesso, achei isso pouco. Por isso escrevi aqui a minha singela, mas sincera, homenagem à terra do frevo e do maracatu. De uma coisa tenho certeza, o Carnaval do Recife não sairá jamais do meu coração. Quem sabe na sexta-feira de Carnaval do ano que vem eu não esteja chegando no aeroporto cantando Voltei Recife, foi a saudade que me trouxe pelo braço...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Saudades

Meu aniversário ainda está um pouco longe, mas esta época do ano nos faz lembrar de coisas do passado e realizar balanços de nossas vidas. Já escrevi uma extensa (mas resumida) retrospectiva do ano. Não vou mais tocar neste assunto, afinal, acabou né? Mas nesses últimos dias eu me peguei pensando e relembrando coisas incríveis que eu vivi. Na verdade são memórias que eu não gostaria que fossem memórias, tempos que eu gostaria que nunca passassem e coisas que eu queria viver para sempre, porém a vida não é assim.

Sim, eu tenho saudades. Tenho saudade de quando eu tinha 17 anos e do meu Fusca vermelho. Na verdade sinto falta das coisas que vivemos juntos. Lembrei do dia em que coloquei uma banda inteira dentro do carrinho, incluindo uma bateria, dois amplificadores, minha guitarra, um baixo e mais três pessoas! Não me lembro onde fomos tocar, nem mesmo se o show foi bom, mas tenho vivo na minha memória toda a engenharia que fizemos para literalmente enfiar tudo no carro.

Aí lembrei das tardes de domingo ensaiando Sweet Child o' Mine e das músicas que eu escrevia junto com o Jonas (por onde será que ele anda heim?). Paralelo a isso, tenho saudades das manhãs de domingo no grupo de crisma da igreja. Conheci tanta gente bacana, vivi tanta coisa nessa época que não tem nem como começar a falar aqui. Foi lá, neste grupo, que eu aprendi muita coisa e que me faz ser a pessoa que sou hoje. Acho que se não fosse este período da minha vida, eu teria muito mais defeitos do que tenho hoje.

Tenho saudades da minha terceira banda. Da formação que tinha um japonês maluco tocando teclado. Tocamos em muitos lugares, mas um deles não vai sair nunca da minha memória. Foi a última e única vez que tocamos Light my Fire do Doors. Foi muito surreal aquilo, pelo menos para mim. Escutar as primeiras notas do teclado foi de arrepiar. E na parte do solo quando o vocalista, Tiago, desceu e foi buscar uma cerveja foi impagável. Uma coisa maluca, totalmente maluca.

Taí outra coisa que tenho saudade, do Tiago. Amigo de infância que eu fui obrigado a me afastar mais ou menos nesta época. Tá certo que ele fez de tudo para que isso acontecesse e conduziu as coisas (o fim da banda) da pior maneira possível. Na verdade quem deu um fim na banda, de forma indireta, fui eu. Mas não queria perder aquele quase irmão, mesmo com todos os seus defeitos e a falta de vontade de ser uma pessoa melhor. Eu poderia ter feito diferente. Ele também.

Tenho saudade de quando acordava domingo de manhã para ir ensaiar em um estúdio que cheirava mofo (mas era barato). Isso não faz tento tempo assim. Uns três ou quatro anos, mais ou menos. Foi a minha melhor fase de “quase músico”. Eu fazia letras, músicas e arranjos e os membros da banda achavam ótimas. O resultado final também era bom, quem escutava dizia isso. Mas a idade chega, os compromissos aumentam e isso teve que ser deixado de lado por todos nós. Mesmo contra a nossa vontade.

Hoje eu olho minha guitarra dentro do case e não tenho coragem de ligá-la. Estava com uma saudade enorme do meu violão, acho que ele não saia do case há mais de um ano. Confesso que demorei um tempão para afiná-lo, estou perdendo a prática. No final meus dedos ficaram doloridos (também tenho saudade dos calos deixados pelas cordas, que impedem também este tipo de incômodo), mas valeu a pena. Ali, sozinho, toquei todas as músicas que eu lembrei, cantei para mim mesmo, mas lavou minha alma.

Sei que nada disso volta mais. Mas lembro com carinho. Definitivamente, tenho boas memórias da minha história de músico frustrado.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Em 2011 eu vou...

Pagar todas as minhas contas em dia

Não deixar minha conta ficar negativa nenhuma vez

Comprar outro apartamento

Escrever um livro

Continuar solteiro

Melhor eu correr porque são apenas 365 dias, pode ser que não dê tempo de fazer tudo!