quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Em 2011 eu vou...

Pagar todas as minhas contas em dia

Não deixar minha conta ficar negativa nenhuma vez

Comprar outro apartamento

Escrever um livro

Continuar solteiro

Melhor eu correr porque são apenas 365 dias, pode ser que não dê tempo de fazer tudo!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A montanha russa de 2010

2010 foi para mim uma verdadeira montanha russa. Com altos e baixos (muito baixos mesmo) como nunca antes havia acontecido comigo. Primeiro vou falar das coisas ruins. Comecei o ano em um emprego em que estava muito insatisfeito. Fazia, e estou certo disso, um excelente trabalho, e o que me deixava insatisfeito era, além de não ter o reconhecimento mínimo, não era isso que realmente importava naquela empresa. Apenas um bom trabalho, por mais inovador e vencedor que seja, não era suficiente se você não fizesse média, participasse de intrigas e seguisse uma cartilha que agradasse e ao mesmo tempo não ameaçasse as pessoas chave do lugar.

Isso me deixava cada vez mais maluco e deprimido. Chegava às 7 horas da manhã e ia embora lá pelas 20. Fazia tudo que eu podia para mim e para ajudar quem eu sabia que trabalharia contra mim se eu não o fizesse. Escutei muitas coisas quieto. Discuti outras tantas e tentei expor, de maneira elucidativa, mas irritada (um erro), a minha forma de pensar. Mas parecia que os resultados que eu alcançava, que eram realmente sensacionais, pouco importavam. Cheguei até a escutar que meu filho passaria fome. Sim amigos, escutei isso. Fiquei quieto, sentado, pensado o que eu faria da vida, pois a partir daquele momento aquele lugar não servia mais para mim.

E de pensar que meses antes eu havia recebido uma boa proposta do maior concorrente e não fui em respeito a pessoa que me disse isso. Não preciso nem dizer o que aconteceu com a minha cabeça a partir daí. Não consegui mais trabalhar. Os resultados começaram a diminuir e eu ficava cada vez mais irritado. Claro, fui demitido.

Não poderia ter acontecido coisa melhor na minha vida. Aí vem a parte boa, que eu conto no final. Agora vou contarr outro ponto baixo de 2010.

No final de 2009 tomei uma decisão que continuou tendo consequências sérias em 2010. É o tipo de coisa que vai ter consequência para o resto da minha vida, mas não tão graves e injustas como foram as de 2010. Tive a certeza de que o melhor para mim (sim fui egoísta) seria a separação. Ao mesmo tempo tive a certeza de que para que o Arthur fosse prejudicado o mínimo possível, aquele seria o melhor momento. E acredito que foi mesmo.

Primeiro vieram as ameaças e o terrorismo. A negativa de um acordo pela pensão e visitas pelo prazer de ir à justiça. Aí tive que contratar um advogado. O acordo veio e foi homologado. Mesmo eu achando que foi bom para todo mundo, não valeu tamanho desgaste. Minha família chegou a ficar mais de um mês sem ver o Arthur, recebi ligações, e-mails, mensagens ameaças, ameaças e ameaças. Mas o denominador comum foi bom para todos.

Pensão e visitas resolvidas veio outro acordo. Este sem justiça e sem contrato. De boca. Eu venderia o apartamento, já que não estava mais valendo a pena ter todos aqueles gastos, devolveria o que não era meu e uma quantia em dinheiro (que não foi determinada por mim, apenas aceita).

Fui então fazer a minha parte. Feito, comuniquei o fato e as devidas providências que tomaria a seguir. Mas para a minha surpresa tudo havia mudado. A venda não era mais aceita e a quantia antes determinada não valia mais. A justiça foi acionada de forma arbitrária e eu passei como mentiroso, golpista, aproveitador e ladrão. Por pouco não fui preso e se não fizesse diversas concessões pagaria indenizações exorbitantes e honorários de advogados, além de correr o risco de ir parar na cadeia.

Por fim, tive a paz (embora há quem diga que eu a tenha comprado com 80% do valor do apartamento que paguei 95% sozinho). Mas é paz não é? Isso que realmente importa. Termino 2010 bem mais pobre do que quando comecei. Mas é a vida.

Agora as coisas boas né?

Sete dias depois de ser demitido começava em um novo emprego. Ou melhor, um velho novo emprego. Voltava ao Grupo Folha Dirigida sete anos depois de ter começado nesta mesma empresa como estagiário. Desta vez para um outro desafio, agora no Turismo, e o melhor de tudo: com a confiança de quem me contratou.

Eu saia de um lugar em que tinha um cargo de chefia e uma mesa grande para voltar a ser repórter, em uma mesa com metade do tamanho. Mas eu tinha sobretudo confiança. E um salário, embora muito parecido com o que eu tinha lá, muito mais vantajoso, que também conta muito. Em resumo. Não poderia estar mais feliz profissionalmente. Fazendo matérias que realmente me deixam feliz e sendo reconhecido por todos os envolvidos. Não bastasse tudo isso, recebi sondagens para sair daqui. Para não cair em tentação, e em respeito aos que confiaram em mim no momento que eu mais precisava, não quis nem que evoluísse para uma proposta.

Conheci pessoas incríveis neste ano, estive em lugares sensacionais. Experimentei novamente, mas de forma positiva, a solidão. Lidei com ela e soube fazer disso tudo um motivo para viver a vida com mais leveza (que coisa gay né? - mas foi a melhor palavra que veio na minha cabeça) e confiança.

Por fim, acho que mesmo sem entender muito, o Arthur tem percebido o meu esforço para ser um bom pai e para estar presente na vida dele. Uma coisa resume tudo. Fui buscá-lo na noite de Natal e quando ele me viu, apontou para mim e deu um grito, um grito bem alto, que me emocionou. Ele disse: Paaai!!!!

Que venha 2011 e que ao invés de uma montanha russa, seja uma ladeira!!!

sábado, 11 de setembro de 2010

Corintianismo nada tem a ver com futebol

Eu não gosto de futebol. Não tenho paciência nenhuma para ficar plantado em frente a televisão vendo todo e qualquer jogo e também os programas que ficam comentando a rodada. Só consigo acompanhar, na televesão e ao vivo, jogos do Corinthians. Aí sim, torço, fico nervoso, ansioso, grito, canto e faço tudo que um corinthiano faz quando seu time está em ação.

Meu pai, que não é corinthiano, tem a mania de assistir futebol, de todo e qualquer time, o dia todo na televisão. Certa vez, eu queria ver um filme em um domingo à tarde (o Corinthians jogaria apenas às 18h30), mas estava passando um jogo, que também não era do time que ele torce, mas ele estava vendo e se negou a ceder a televisão para mim. Aí ele me perguntou: “Você não gosta de futebol mesmo né?” Eu respondi: “Não, claro que eu não gosto de futebol, eu gosto do Corinthians!”. E ele, como não é corinthiano, ficou sem entender nada.

Claro que só nós entendemos o que é isso. Corintianismo nada tem a ver com futebol. É amor, é paixão. Não importa se o time joga bem, pratica futebol arte, tem craques ou é campeão de tudo. O amor do corinthiano não aumenta ou diminui por isso. Acho que na falta de vitórias ele até aumenta. Nem preciso citar exemplos né?

É muito difícil ouvir um corinthiano dizer: “O time de 2000 é o que eu mais gosto. Só tinha craque, jogava muito”. É mais fácil ouvir: “Aquele time de 1990 era demais. Jogava com muita raça, honrava a camisa”. Deu pra entender? Não precisa ser gênio para jogar no Corinthians, apenas ter raça, não deistir nunca.

O corinthiano, claro, quer ver a vitória do seu time, mas não precisa de títulos, estádio, craques, nada disso pra lotar as arquibancadas em dia de jogo. Isso não aumenta a intensidade dos gritos, o amor, a devoção, nada disso. Ser corinthiano é bater no peito e dizer: “Aqui é Corinthians!”. Ser corinthiano é amar sem querer nada em troca.

Futebol? Isso é secundário.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Não abra uma conta no HSBC

Este é, de longe, o pior banco com o qual eu já tive contato. Fui obrigado, pela empresa, a abrir uma conta lá para receber o meu salário. Até aí, achei normal, todas as empresas hoje trabalham com contas salário para os funcionários. Mas a minha surpresa foi quando cheguei lá para abrir a tal conta. “Não pode ser conta salário senhor, Tem que ser uma conta corrente”, disse a moça. Eu retruquei, lembrei que há uma Lei que diz que eu posso receber o meu salário no banco que eu quiser, independente de onde é a conta salário.

A simpática moça então me “explicou” que o problema não era do banco e sim da empresa que eu trabalho, que não consegue fazer esse pagamento em contas salários, e que por este motivo, isso acontece com todos os funcionários da empresa. “Mas nós não cobraremos taxas do senhor”. Conversei com os meus colegas, que confirmaram ter ouvido a mesma história. Como não haveria taxas, eu abri a tal conta. Na verdade, pensei ter aberto.

O cartão deveria chegar na minha casa depois de cinco dias úteis. Não chegou. Liguei lá. Disseram que era normal, que iria chegar. Não chegou. Fui lá. Me disseram que era normal, que ia chegar. Não chegou. Fui lá mais uma vez. Disse que não era possível, pois já havia passado mais de um mês e a empresa precisava disso para me pagar. Foi então que descobriram que os papéis que eu preenchi haviam simplesmente sumido.

Tive que preencher e assinar tudo novamente. Só o fiz porque precisava da conta para receber o meu salário, mas mal sabia que os meus problemas estavam apenas começando. A conta foi aberta, o número enviado para a empresa, que fez a sua parte (como sempre faz e sempre em dia, diga-se). Então, o cartão chega à minha residência. Aí vou eu tentar sacar a “milionária” quantia no caixa eletrônico, mas antes, tiro um extrato que me diz que o saldo é ZERO.

Volto frustrado para casa. No dia seguinte a empresa me envia o comprovante de depósito. De posse do documento, vou até a agência saber o que aconteceu. Aí, uma outra mocinha simpática me atende, olha no sistema e diz: “É que não vincularam a sua conta salário à sua conta corrente e não foi feita a baixa automática”. Opa! Como assim???? Então quer dizer que eu tenho uma conta salário? E por que é que eu não posso vincula-la ao banco que eu preferir? “Não senhor, é assim que funciona com todo mundo. Eu já arrumei aqui no sistema, no próximo pagamento isso será normalizado”.

Paciente que sou, resolvi não arrumar confusão. Decidi esperar para ver o que ia acontecer. E aconteceu que no próximo pagamento o dinheiro não caiu novamente. Fui lá. Olharam novamente no sistema, disseram que já estava resolvido, que no próximo pagamento tudo seria normalizado e que eu poderia ficar tranqüilo que não seria mais necessário voltar à agência. Veio então o próximo pagamento e...o mesmo problema. Veio mais um e...novamente nada do dinheiro.

O fato é que há quatro meses, o que equivale a oito pagamentos, simplesmente ninguém dentro daquele banco sabe o que acontece com a minha conta. Eu não escolhi ser cliente do HSBC, mas acho que mereço o mesmo respeito que os demais. Eu não posso deixar de ser cliente do HSBC, pois preciso receber o meu salário. Eles sabem disso. Por isso não se incomodam comigo, pois sou refém deles.

Gostaria que o maior número possível de pessoas saiba disso, pois estou me sentindo desrespeitado por este banco. E digo para quem quiser: não seja mais um cliente do HSBC.

domingo, 5 de setembro de 2010

Corinthians, Itaquera e a hipocrisia da burguesia paulistana

Burguesia é uma palavra fora de moda. Bem fora de moda pra falar a verdade. Uma coisa assim meio comunista, meio adolescente né? Também achei, mas não consegui encontrar outra palavra que pudesse ilustar isso melhor.

Antes de dizer o que eu penso, vou tentar explicar melhor o que é Itaquera. Ao contrário do que muitos pensam, não é lá fim do mundo. Sim, existe vida além da Berrini gente. Acreditem! O que mais me impressiona é ver muita gente falando mal de Itaquera sem nem mesmo ter ido lá uma vez. “Ah, é muito longe”. Londe de onde cara pálida? Para mim longe é a Vila Olímpia. “Ah, só tem bandido”. Onde não tem bandido? Lá tem sim é muito trabalhador. Ou o que vocês acham que as pessoas que lotam a linha vermelha do metrô e a linha coral da CPTM todo dia pela manhã vão fazer o que? Roubar?

Não. Eu não moro em Itaquera. Mas por ter nascido e me criado na Zona Leste, me sinto ofendido também quando falam mal de lá. Aliás, Itaquera é uma das regiões mais populosas de São Paulo. O que faz dela alvo preferncial dos políticos. Em época de campanha eleitoral tenho a impressão de que todos os problemas lá serão resolvidos. Mas poucos foram os que ousaram fazer algo concreto por Itaquera. Os que fizeram nunca mais ocuparam um cargo de expressão. Juro que não cosigo entender o motivo. Na verdade até acho que sei, o mesmo motivo que fez a burguesia hipócrita esperniar pela localização da arena paulista para a Copa do Mundo de 2014.

A Zona Leste não é, ao contrário do que muitos que moram por aqui apregoam, uma região esquecida. O poder público não esqueceu dela em nenhum momento. Muito pelo contrário. Mas há hora certa para se pensar e se fazer algo por ela. Próximo às eleições e só. Digo isso com conhecimento de causa. O preço político de deixar de investir em algo nas regiões mais ricas da cidade para ivestir na Zona Leste é alto.
Luiza Erundina que o diga. A única prefeita que conseguiu inaugurar seis, nada menos que seis, hospitais em quatro anos (antes dela haviam apenas nove) e que fez o transporte público funcionar bem na periferia, não conseguiu eleger o seu sucessor. Marta Suplicy, que fez, se não me engano, quatro Céus na Zona Leste (com piscina, teatro e cinema) e reformou boa parte das praças da região, não chegou nem perto da reeleição. E olha que ela tentou compensar com aquele tunel da Rebouças.

Jogar pro povão não é bom? É, claro que é. O Lula que o diga. Mas em São Paulo a coisa funciona de forma diferente. A opinião publica pertence à burguesia. A mídia e os formadores de opinão têm verdadeiro asco à povo. Claro que os homens públicos mais sensíveis podem fazer algo de bom para a Zona Leste. Desde que isso não prejudique o progresso da verdadeira metrópole. Será que eu me fiz entender?

É essa mesma xenofobia que estão fazendo com Itaquera e com o seu povo. NÃO PODE FAZER NADA LÁ. O POVO LÁ É MAL EDUCADO. É LONGE. SÓ TEM LADRÃO. Mas que ladainha chata heim? Essa é grande chance de desenvolver a região. Alguém falou que no tal estádio vai ter um centro de convenções, espaço para eventos e shows? Isso faz girar a economia. Gera emprego e renda. E isso é ruim? Não é bom, mas o povo da Zona Leste não precisa disso, não precisa de conforto. Às vezes acho que quem não mora aqui pensa assim.

Não moro em Itaquera. Mas foi lá que a minha carreira de jornalista começou. Ainda na faculdade, consegui um “emprego” no jornal Itaquera em Notícias. Um jornal de bairro semanal que só fez com que o meu carinho pelo bairro aumentasse. Foram apenas três meses, pois acabei conseguindo um estágio com melhor remuneração. Mas foi uma experiência incrível, e que levarei para sempre. Tive a oportunidade de conhecer melhor a região, de conversar com pessoas de lá (sim, não são todos índios, eles também conversam).

Agora, o que eu queria dizer. O mesmo clube que há 100 anos ousou colocar operários em campo e fez com que times ligado à elite da cidade se retirassem da liga oficial e criassem outra só para eles, pode fazer com que a periferia esquecida e mal tratada experimente um pouco de desenvolvimento. É isso.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O verdadeiro amor

Dizer eu te amo é pouco, muito pouco pelo que você representa na minha vida. Meu amor é gratuito, puro, não peço nada em troca, apenas que você exista. Tantas foram as vezes que me fez sorrir, que me fez ficar eufórico de alegria ou anestesiado de tanta felicidade. Tantas foram as vezes em que me deixou ansioso. Dias, horas, ou instantes antes de te ver. Tantas foram as vezes em que me peguei pensando em você. E tantas foram as vezes em que gritei, bem alto na rua EU TE AMO aos olhares atônitos e espantados com tanta veracidade.

Meu amor não é possessivo, quero apenas que esteja bem. Tua felicidade já me satisfaz. Te amo. E sei que não te amo sozinho. Apaixonados como eu existem aos montes. Em todos cantos do mundo, pois poucos são capazes de não se render a tua magia e de te ignorar. Não me importo em dividir esse amor. Eles, como eu, querem também te ver bem, querem também te ver sorrir, pois tua felicidade é minha, teu sorriso é o meu, o nosso.

Não sei se sabes que eu existo. Não me importa. Para mim basta poder estar próximo. Poder te ver. Poder querer o seu bem. Basta existir.

Já me fizeste chorar. Muitas vezes de alegria, euforia, felicidade. Incontáveis foram as vezes em que a emoção e a alegria não se contiveram dentro de mim e se transformaram em lágrimas.

Já me fizeste chorar. Foram poucas as vezes, mas já me deixaste triste, profundamente triste. Mas não com você e sim por você. Te ver caído e maltratado me faz triste. Mas sei que sempre posso fazer algo para te empurrar. Não sei se sentes, mas com a minha presença quero fazê-lo ir em frente, encorajá-lo a lutar e prosseguir.

Obrigado por existir e por ser responsável por momentos mágicos na minha vida. Obrigado Corinthians por me deixar fazer parte da tua história, pois você nada mas é do que todos nós, 30 milhões de corinthianos apaixonados, juntos.

Te amo pra sempre.

Te amo Corinthians!!!

domingo, 22 de agosto de 2010

Do meu jeito

"Vou construir meu mundo
à minha maneira
Tijolo por tijolo,
eu sei não é besteira
Vou seguindo o meu caminho,
com você aqui do meu lado
Eu vou te carregar no colo
E se preciso eu vou descalso"

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mano, o comunicador

De futebol eu conheço apenas o suficiente, por isso é difícil opinar tecnicamente sobre a escolha do novo técnico da Seleção Brasileira. Mas de comunicação eu entendo. E neste quesito eu posso dizer que Mano Menezes é um verdadeiro mestre. Pode ser que isso tenha a ver com a sua filha jornalista, que pelo que parece é consultora de comunicação (ou mentora) do professor.

Diferente do seu antecessor no cargo de maior importância do país, Mano Menezes sabe lidar com a imprensa. Melhor, sabe utiliza-la ao seu favor, e não o contrário, como fazia Dunga e como Muricy Ramalho, o preferido de muitos comentaristas esportivos e a primeira opção da CBF, costuma fazer às vezes.

A verdade é que Mano deu sempre os passos certos na hora certa em se tratando de projeção midiática. Iniciou Carreira no Rio Grande do Sul. Ainda jogador de um time que eu não me lembro o nome, mas acho que não era profissional, já é possível ver a desenvoltura e polidez do boleiro. No Youtube é possível achar este áudio, foi uma entrevista a uma rádio local logo a pós a conquista de um título. Ali já se percebe a liderança e a escolha das palavras para se comunicar.

Seu trabalho vencedor fez o Grêmio apostar nele como o técnico que seria responsável pela volta do time à série A. Ele o fez. E de forma épica, em jogo emocionante, que ficou conhecido como “A batalha dos aflitos”. Se aproveitou muito bem disso. Deu entrevistas, foi fonte e personagem acessível e simpática. Ganhou a imprensa esportiva gaúcha. O que não é fácil.

De saída do time gaúcho, Mano recebe duas propostas. Uma do Cruzeiro, que disputaria uma Libertadores da América com um time fortíssimo e reais chances de vencer. A outra era do Corinthians, clube recém rebaixado para a série B, com um elenco medíocre de jogadores, torcida em fúria e imprensa espetaculosa o seguindo. Uma verdadeira panela de pressão.

A escolha óbvia não ocorreu. Mano optou pelo time que conta com 35 milhões de torcedores fanáticos no Brasil e é assunto diário obrigatório em 99% dos veículos de imprensa. Na época disse que levar o Corinthians de volta à primeira divisão era o “maior projeto do futebol mundial naquele momento”. Pronto. Já havia ganhado a simpatia do povo corintiano, que adora ser afagado desta forma.

Ele sabia que a repercussão do fato da ressurreição do Corinthians seria assustadoramente grande. E foi. No ano seguinte montou um time quase imbatível, se aproveitou do momento em que passou a ser apontado como um dos mais competentes do Brasil. Esteve no lugar certo. Mas não por sorte e sim por suas escolhas. Ele sempre soube que um trabalho bom no Corinthians teria uma repercussão imensamente maior do que um trabalho ótimo em um outro clube qualquer.

Em seguida entrou no Twitter. Um verdadeiro sucesso. O utiliza para falar com a torcida, com a imprensa. Para esclarecer fatos. Logo se tornou a pessoa com mais seguidores no Brasil. Mantém um site com notícias, fotos, biografia etc. Importante dizer que muitos outros boleiros também se utilizam desses meios, mas nenhum ainda com eficiência maior do que o professor Mano Menezes (talvez com a ajuda de sua filha Camila).

Educado e calmo, sabe colocar a palavra certa na hora certa. Não se exalta, não xinga e não foge das respostas. É objetivo e conciso. Não fica respondendo críticas ao esmo. Dá explicações à torcida. Sabe que a imprensa é um meio para se comunicar com o seu povo. Sabe que não pode viver em guerra com ela. Sua simpatia e serenidade criou um clima ameno, que há muito não se via no Parque São Jorge.

Durante a Copa do Mundo, manteve um blog em um portal de alcance nacional, no qual comentava os jogos. Escrevendo de maneira fácil e inteligível, ganhou milhares de simpatizantes. Não esmiuçou esquemas táticos, filosofias etc. Foi prático. Falou com povo. Expôs as suas opiniões e visões, que estavam incrivelmente alinhadas com às do povão. Coincidência? Acho que não. Mano é um verdadeiro mestre no ato de se comunicar.

domingo, 18 de julho de 2010

O tempo

É necessário passar por algumas coisas para realmente entender os sinais que a vida nos dá.

A primeira coisa que devia ter percebido antes é que o mundo gira, gira, gira e acaba parando sempre no mesmo lugar. É tão claro. Aí quando passo a enxergar isso, chego a pensar que é bom. Mas não é. Ao invés de aceitar isso como algo inexorável, que é o costume, não conseguimos ver que podemos ter o controle e faze-lo parar onde a gente realmente quer, se é que sabemos o que realmente queremos.

Não é como a roleta viciada de um cassino qualquer, em que a bolinha está programada para cair sempre no mesmo número. Não é tão difícil perceber que cobiçar o primeiro prêmio e não ganhar faz parte da vida. Aí, se tempos depois, o mundo gira, gira, gira e o tal primeiro prêmio cai na tua mão não significa que está com sorte. Pelo contrário. Este não é mais o primeiro prêmio.

Não é questão de sorte, mas de posicionamento. Saber o que se quer. Não se trata de esperar para ver onde a bolinha vai parar. Mas sim de deixar de ser a bolinha e se tornar a roleta. Deixar de ser passageiro da vida para realmente pilota-la. O mundo não irá parar de girar, girar, girar para voltar ao mesmo lugar, é o vício dele. É a brincadeira que ele faz conosco. Mas poderemos dar uma empurradinha para ele parar um pouquinho mais adiante, se assim for a nossa vontade.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Deus, dai-me paciência

É incrível a capacidade que as pessoas têm em criar problemas onde não existe. Talvez eu tivesse que estudar muito para conseguir entender o motivo pelo qual algumas pessoas não conseguem viver na paz. Eu não sou assim, mas percebo que muita gente é e inventa problemas, cria conflitos, viaja demais. Até inventam fatos para justificar o problema.

Pensando melhor, acho que tem gente que precisa de um problema para ter um objetivo. Talvez seja isso que às faça viver. São os problemas, brigas, conflitos e “inimigos” que dão força para elas. Durante a minha vida, conheci diversas pessoas assim. Para mim, uma completa falta de sentido e desperdício de energia, paciência e vida.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Dunga precisava de um Media Training

É incrível ver como é a relação do técnico do time de amarelo com a imprensa. Isso só me faz pensar que é por pura ineficiência da assessoria de imprensa da CBF. Claro, porque o Dunga não é pago para isso, muito menos obrigado a saber como se faz. Faltou orientação.

É impossível que um problema que persiste há quase quatro anos não tenha sido assunto entre os homens de marketing e de comunicação da referida entidade. Se o Dunga fosse bem orientado, ele saberia que ao abrir um treino menos importante para a imprensa e sendo pelo menos cordial nas entrevistas, ele não estaria fazendo favor nenhum para os jornalistas, mas sim se comunicando com o povo brasileiro. Povo este que está ávido por notícias dos seus representantes maiores.

Se houvesse estratégia de comunicação, Dunga saberia que deveria se comunicar mais com o “seu povo”. E mais, saberia que a melhor maneira de fazer isso é por meio da imprensa. Ele saberia também que mantendo um relacionamento saudável com os jornalistas, a imagem dele seria melhor perante os brasileiros.

Se eu fosse assessor do Dunga teria preparado um discurso para ele no dia da convocação. O tom não seria de desafio, como aconteceu. O foco seria na união e apoio de todos os brasileiros em torno do seu maior símbolo, a seleção (que hoje eu chamo de time de amarelo). Alguma coisa mais ou menos assim: “Se perguntassem para cada um dos brasileiros quem deve ir para Copa teríamos, certamente, 180 milhões de listas, uma diferente da outra. Como foi me dada essa responsabilidade, escolhi aqueles que acredito ter plena capacidade e que querem estar lá representando o povo brasileiro. Tenho certeza que não agradei a todos. Mas agora este é o time do Brasil e quero que seja de todos os brasileiros. Peço agora a confiança e a torcida de todos, pois somente desta forma, com a energia positiva de vocês, conseguiremos chegar longe nesta Copa”.

Pronto. Ele já teria ganhado a simpatia de quase toda a nação. Ele e a CBF não souberam criar um clima de comunhão do time com o povo. Coisa que aconteceu com os nossos hermanos argentinos. Acho que muito mais pelo que o Maradona representa para eles do que pela sua simpatia e capacidade, mas de qualquer forma, conseguiram.

Não seria difícil ganhar a imprensa brasileira, mas Dunga e os que o orientam preferiram a arrogância. Existe imprensa mais ufanista do que a brasileira quando se trata de seleção? Não, claro que não. Era só trata-los um pouco melhor.

Ideias é o que não faltam. Se o clime era de desconfiança, que chamasse os principais jornalistas para uma reunião informal, um churrasco gaúcho comandado pelo Dunga, porque não? Lá eles conversariam em tom informal e Dunga ganharia a simpatia e confiança dos colegas. Muitos se tornariam até aliados. É um exemplo, mas existem várias formas de fazer isso, é só usar a criatividade. Até a criação de um blog ou um twitter ajudaria.

É dessa forma que se constrói uma imagem. Mas é um trabalho longo, que deveria ter sido planejado e durado quatro anos. Agora passou, já foi. Fica a lição para o próximo técnico. Quem sabe eu não volto a chamar o time de amarelo de seleção.

Coisas que aprendemos

Tinha me esquecido como é bom trabalhar feliz e satisfeito.

É ruim trabalhar em um lugar onde você “ganha” um cargo de chefia, não recebe para isso e ainda pensam que te fizeram um grande favor.

É bom trabalhar em um lugar onde você tem autonomia e liberdade para mostrar até onde pode chegar, mesmo tendo três chefes acima de você.

É ruim trabalhar em um lugar onde em dois anos e meio você recebe um bônus de 1/3 do seu salário e ainda acham que estão te fazendo um grande favor.

É bom trabalhar em um lugar onde depois de dois meses e meio você ganha um bônus de quase 1/3 do seu salário e ainda recebe elogios.

É ruim trabalhar em um lugar onde por maior que seja o esforço e o resultado você nunca receberá um elogio, uma palavra de agradecimento ou mesmo de incentivo.

É bom trabalhar em um lugar onde você sabe que as pessoas confiam em você, te dão tarefas complicadas e jamais questionam a sua capacidade em concluí-la.

É ruim trabalhar em um lugar onde a sua vida pessoal é mais importante do que o trabalho que você desenvolve.

É bom trabalhar em um lugar onde as pessoas são normais.

domingo, 13 de junho de 2010

ow ua ahhhhhh!

Um olhar, um sorriso, ou mesmo esboço de palavras como owa auau, ou um grito ahhhhhhh!Isso me faz, a cada quinze dias, renovar as energias.

Seleção Brasileira made in Spain, Italy, England, Germany, French etc

Assisti a minha primeira Copa em 1990. Sem saber direito o que aquilo significava, acompanhei todos os jogos. Não melembro de todos, mas lembro que o Brasil ganhou bem e chegou às oitravas de final como uma das favoritas.

Aí perdemos. Para a Argentina (Não é Galvão?). Fiquei triste, mas naquela Copa acho que a minha principal preocupação era completar o álbum de figurinha.

Em 1994 eu já entendia um poquinho mais. Sabia o time de cor. Era fã de Romário e não via, como o restante do país que o futebol jogado era feio. Vibrei com cada gol e com cada vitória e comemorei efusivamente o título abraçando meu pai.

Daí em diante, fui amadurecendo e vendo do que realmente era feita a seleção. Ainda torci em 1998. Aliás, ali eu tinha certeza de que seriamos campeões facilmente. Em 2002 também torci, mas já via que não era exatemente como deveria ser. Mesmo assim, vibrei muito com os gols do fenômeno. Já em 2006, não torci, fiquei tão indiferente como estou agora.

Explico porque.

Para mim, uma seleção nacional deveria representar o futebol que é jogado naquele país. Aí sim, seria um legítimo representante do nosso povo. Da nação.

Mas o que é a seleção hoje? Um bando de estrangeiros que às vezes vêm passar férias no Brasil e não estão nem aí para o povo ou para o futebol jogado aqui. Eles pensam apenas em suas contas bancárias e vêem (com ou sem acento? maldito acordo ortográfico) a seleção como uma vitrine para uma boa transferência.

Este time e outros anteriores não representam o futebol jogado aqui. Não sou xiita ao ponto de achar que só se deve convocar quem joga em times brasileiros. Mas acho que uma boa parte deve ser. E acho também que os que jogam fora deveriam vir treinar aqui quando convocados. Eles não sabem o que a seleção representa para o povo. Acham que a seleção é deles e pronto.

Acho que consegui me explicar.

Não torço e pronto.

Alemanhã e Inglaterra são grandes exemplos. Todos convocados jogam nos seus respectivos países. Itália também tem quase todos jogando lá.

Bom, pelo andar da carruagem acho que nunca mais torcerei para a seleção brasileira. Que passo a chamar de time de amarelo.

Lições


Que lição tiramos de tudo isso?
Aliás, que lição eu tiro de tudo isso, porque continuo “dancing with myself”. A pior possível? Deveria ser assim, mas não é.
A lição que eu deveria tirar é não confiar nas pessoas. Tentar procurar sempre uma segunda intenção. Não se entregar. Não entregar minha vida e todas as minhas expectativas em uma pessoa.
Mas se fosse assim, eu me tornaria uma pessoa rabugenta, daquelas que não confia em ninguém.
A lição é continuar sendo honesto, como sempre fui. Não tentar tirar vantagem de nada, ou de ninguém, como sempre fiz. Continuar estendendo a mão para quem precisa da sua ajuda, como sempre fiz. Continuar virando a outra face, como sempre fiz. Mas sempre com cuidado, como nunca fiz. Fazer sem a expectativa de ser reconhecido. Fazer para mim e só. Assim a decepção não vem.
Não mudei. Acho.
Minha índole continua a mesma. Minhas expectativas mudaram. Minhas metas, essas estão mudando. Em construção. Mas em breve estarão redefinidas. Já estão desenhadas na minha cabeça.
Segue a vida. Segue o jogo.